quarta-feira, 23 de abril de 2025

A Bomba - Poesia


 Editora - Glaciar, Março de 2024

A Catavento

Eras imemorial e um corpo de latitudes e loucura
Bebiam-te os homens
Entornavam-se
Rasgavam-se
Lancinados e apoteóticos
O deslumbre
Uma manutenção
As estradas o alcatrão
Tudo jazia perante ti
Tudo
Até as virtudes se desfeneciam


Direitos de autor: Cecília Barreira 

Este foi o seu último livro, cáustico e por vezes cómico, onde sobressai a desilusão e acidez. 

No primeiro poema referencia a Madrinha, uma pessoa de extrema importância na vida dela.

O seu bairro de Benfica e o Natal, aqui feliz!


____________Cecília Barreira deixou-nos no dia 12 de Setembro de 2024, e gostaria de ser lembrada como a Poeta de Lisboa.


"(...) E assim morre feliz

e assim não sofre

Lisboa a minha amada

É no teu ventre que eu quero ser lembrada"

( Poema: A minha amada Lisboa e a poesia)



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