Editado em Braga, Fevereiro de 2021 pela Poética Grupo Editorial
quarta-feira, 23 de abril de 2025
Incêndio - Poesia
A Bomba - Poesia
Editora - Glaciar, Março de 2024
A Catavento
Eras imemorial e um corpo de latitudes e loucura
Bebiam-te os homens
Entornavam-se
Rasgavam-se
Lancinados e apoteóticos
O deslumbre
Uma manutenção
As estradas o alcatrão
Tudo jazia perante ti
Tudo
Até as virtudes se desfeneciam
Direitos de autor: Cecília Barreira
Este foi o seu último livro, cáustico e por vezes cómico, onde sobressai a desilusão e acidez.
No primeiro poema referencia a Madrinha, uma pessoa de extrema importância na vida dela.
O seu bairro de Benfica e o Natal, aqui feliz!
____________Cecília Barreira deixou-nos no dia 12 de Setembro de 2024, e gostaria de ser lembrada como a Poeta de Lisboa.
"(...) E assim morre feliz
e assim não sofre
Lisboa a minha amada
É no teu ventre que eu quero ser lembrada"
( Poema: A minha amada Lisboa e a poesia)
Onde os uivos se tingem - Poesia
Poética, Grupo Editorial - Julho 2023
JÁ NADA FAZ SENTIDO
Perguntaram-me sobre a verdade e eu só soube dizer,
Tal como diz a Poeta, que não amei ninguém depois de ti
Que nunca me restabeleci das ausências dos teus braços
Que nunca mais me perdi em forros ou em murmúrios
Que o meu amor é um antes e um depois de te encontrar
Tal início tal fim tal lento acabar
Perguntaram-me sobre a verdade e eu só soube dizer
Que as minhas linhas da mão te continham
Que os sonhos ou eram contigo
Bem como as nuvens os pássaros as insônias
E tu eras cúmplice da passagem da noite do dia das horas
Perguntaram-me sobre a verdade e eu só soube dizer
Que sem ti já nada faz sentido
Nem as calçadas nem as demoras nem os perigos
Nem as cores nem este cheiro a alfazema do meu abrigo.
Direitos de autor: Cecília Barreira
Administradora do blog: Sara Rocha Cardoso
Partíssemos - Poesia
Editora Glaciar - 2022
Sou mato
Aprendi a voar nas tessituras de estômagos
o medo
Aprendi o sacerdócio das bermas
(Os condenados nada sabem de trelas)
Não uso faróis
Sou olival
(Amarrotada entre prédios)
Aprendi o instalar e o infinito
De um nascer do sol
Íntimo sem fito
(Os condenados nada sabem de trelas)
Sou mato
Direitos de Autor: Cecília Barreira
ლ(´ ❥ `ლ)
Pudesse eu a tela dos teus olhos têmporas de mãos dissoluções cabelos
esparsos
Pudesse eu sentir o hálito em relâmpagos
O teu
Pudesse eu habitar os mapas dos indizíveis
Pudesse eu passar-me na doçura de uma nuvem
A tua
E esticar fragmentos de braços recifes unhas
Pudesse eu recitar as alegorias no terrunho
Brevidade pão almíscar anjo
E não teria emoção que não se confundisse com o sobressalto
O teu
E não teria o dia e a destruição
E não haveria mestres
E não teria a morte e a contingência
E só teria ciclones no azul
O teu
|Cecília Barreira, "Partíssemos" (2022), Ed. Gele
Administradora do Blog: Sara Rocha Cardoso
Direitos de autor: Cecília Barreira
Não me Amasses - Poesia
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Editora Glaciar - 2021
EQUINÓCIO DA PAIXÃO
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